segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Tolerância Zero: Responsáveis provinciais foram detidos no Kwanza-Sul

«Tolerância Zero» poderá levar outros aos calabouços
Quatro directores provinciais no Kwanza-Sul foram recentemente detidos, por suspeita de crimes de peculato. A detenção do veterano director provincial da Saúde,o médico Adão Castelo, tem sido a mais comentada nos meios locais, onde já se fala de uma «mini tolerância zero», que poderá levar outros responsáveis à cadeia. À boca pequena, diz-se que a vaga de prisões terá resultado de investigações que a Procuradoria Provincial da República está a levar a cabo aos gestores públicos naquela província do litoral sul.
Rui Albino Adão Castelo, provavelmente um dos mais antigos directores provinciais do Kwanza-Sul e do país, encontra-se detido desde quarta-feira, 27, na Penitenciária do Sul, depois de ter sido acusado de desvio de dinheiro.
O Semanário Angolense não conseguiu apurar o montante que terá sido descaminhado, mas fontes locais disseram tratar-se de «elevadas somas monetárias».
Soube-se que a detenção do conhecido médico ocorreu horas depois de ele ter sido «convidado» a prestar declarações na Procuradoria local da República, no âmbito de investigações que este órgão judicial está a fazer a distintos gestores públicos.
Há alguns anos, já circularam rumores de que Adão Castelo tinha sido detido, igualmente por suspeita de desvios de dinheiro.
Mas desta vez, a detenção não se ficou pelos rumores, sendo por isso um facto consumado.Há informações que, para além do director provincial da Saúde, deram igualmente entrada nos calabouços da comarcã do Sumbe mais dois outros responsáveis desse órgão.
Segundo fontes bem informadas, trata-se do director dos Recursos Humanos e de um contabilista, cujas identidades não foram apuradas. A detenção dos três funcionários, que funcionavam em áreas chaves do pelouro da Saúde local, tem vindo a adensar as suspeitas de que eles terão actuado em rede, caso se prove que houve crime de peculato.
Com essas detenções, eleva-se para quatro o número de prisões de responsáveis locais.Há informações de que Gualberto Longuenda, administrador Municipal do Ebo, encontra-se nos calabouços do Sumbe desde o passado dia 09, depois de ter acusado do desvio de cerca de oito milhões de Kwanzas.
Não se sabe se o dinheiro supostamente desviado se destinava a programas de investimentos públicos ou ao pagamento dos subsídios mensais das autoridades tradicionais.
Investigações perseguem Soube-se, entretanto, que David Rodrigues, director provincial da Energia e Águas do KS foi chamado, na quarta-feira 27, a prestar declarações na Procuradoria Provincial da República para, segundo fontes deste jornal, explicar aos inquiridores como foram geridos os dinheiros destinados ao projecto «Água para todos».
Comenta-se localmente que o referido projecto não avançou porque a empresa a quem havia sido adjudicada à execução do projecto, mais concretamente a DP-Hidráulica havia «desaparecido do mapa» na mesma altura em que o antigo governador provincial, Higino Carneiro, deixara de ocupar o cargo máximo no KS.
Correm rumores na pacata cidade do Sumbe segundo os quais, o administrador municipal do Ebo poderá também ser chamado à «Comissão da Verdade» nos próximos tempos, já que pairam suspeitas de má gestão de fundos públicos no município sob sua jurisdição.
Numa posição também pouco confortável estão igualmente os administradores de Porto Amboím e do Amboím, respectivamente Francisco Kapassola e Venceslau Alves Sardinha, que poderão igualmente ser arrolados para prestar declarações junto dessa comissão.
Diz-se que este último não terá usado com a transparência requerida os dinheiros [USD 15 milhões] destinados a investir no seu município, no âmbito das verbas alocadas aos municípios.
Na mira dos inspectores estarão igualmente os directores provinciais da Educação e dos Serviços de Veterinária, Pedro Sabino Veríssimo e Bonifácio Sucumuna. O último parece ter a vida presa por um fio, já que poderá confrontado com um alegado sumiço de uma certa quantia de dinheiro que se destinava ao pagamento dos brigadistas que estiveram envolvidos na campanha de vacina-ção de 2008. 
Fonte: Angola24 horas (03 de Novembro de 2010 )

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